maio 15, 2008

Quinta-feira

Assim.
Quis escrever.
Assim como quem não quer nada e quer tudo.
Sem presunção, apenas com o acréscimo de atenção ao que está enlaçado.
Como uma necessidade de ânimo. De força. De amor. Como a carga coraçãolítica que precisa ser abastecida.
E a solidão daquilo que ainda nem existiu.
Já pode ver ao longe a bicicleta encostada no canto. Visualizar as fotos envelhecidas mais envelhecidas.
O vento que vai sempre estar lá. A sensação de que carrega todas as lembranças, todos os cheiros, todas as pessoas.
Pensa em todos os amores que podiam ter sido e não foram. Ou não podiam ter sido.
Atravessa a rua com os olhos na direção de outra vida, outro lugar.
Já consegue engolir o choro. Fazer o bolo.
A conversa a princípio sem propósito.
Mistura de fatos.
O mar. Navio seguindo ao longe.
A mata misteriosa. O tombo, a queda.
Uma história.
A medição da dimensão do progresso.
Mas ainda é necessário um coração. De um não. Do próprio. Do dela. Resguardá-lo ou talvez recuperá-lo.
Assim.
Talvez. Talvez sim.
Feche a porta ao sair.

CX.
15/05/2008

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Belíssimo!
Pensamentos corriqueiros, pensados por inteiro resultaram no tombo! Magnifíco!
E olha que isso tudo é apenas o começo...

Abraços!

Victor (Gnomo)

maio 22, 2008 2:50 da tarde  
Blogger Daniel Basilio said...

Ooo srta!
Que lindo blog!
Um beijão!

junho 05, 2008 3:49 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home